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Passo a passo: Como fazer para obter Aparelhos auditivos gratuitamente pelo SUS

Passo a passo: Como fazer para obter Aparelhos auditivos gratuitamente pelo SUS

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Parece até mentira, mas o SUS – Sistema Único de Saúde disponibiliza  gratuitamente aparelhos auditivos (AASI) para a população.

Os aparelhos auditivos (AASI) são dispositivos tecnológicos, complexos, e disponibilizados pelo SUS GRATUITAMENTE.

O SUS (Sistema Único de Saúde) fornece, adapta e faz o acompanhamento dos aparelhos auditivos em praticamente todo o Brasil, sendo que a espera varia de cidade para cidade.

Segundo dados da Coordenação Geral de Saúde da Pessoa com Deficiência, em 2017 já tínhamos 214 centros do SUS com reabilitação auditiva, sendo 56 de média complexidade, 73 de alta complexidade, além dos 85 Centros Especializados em Reabilitação (CER). Todos os estados possuem pelo menos um local do SUS em que se trabalha com saúde auditiva.

início

Agende uma consulta em uma unidade do SUS, mais conhecido como UBS – Unidade Básica de Saúde, para tanto é necessário que você tenha o cartão do SUS para realizar esse agendamento. Algumas UBS fazem no cartão na hora.

Para agendar a consulta além do cartão do SUS é necessário levar seu documentos pessoais. Se você já tiver realizado a audiometria é interessante levá-la nessa consulta.

Lembrando que o passo a passo pode variar de estado para estado, mas o primeiro passo será sempre o agendamento na UBS de consulta médica.

A consulta

Você será atendido pelo médico, ou ele realizará os exames na consulta ou ele os solicitará, depende da UBS. Caso seja identificada algum tipo de deficiência auditiva, o médico ou fonoaudiólogo preencherá um formulário de encaminhamento do SUS, indicando a possibilidade de surdez ou a certeza dela, e a necessidade de reabilitação auditiva.

A reabilitação

Após receber o encaminhamento, por meio deste formulário é necessário juntar os documentos (originais e cópias do RG, CPF, cartão do SUS, comprovante de residência e se for estudante, atestado de matrícula) o paciente dará início ao encaminhamento no posto de saúde ou no lugar indicado pela Secretaria da Saúde.

Fila de espera

Assim, entrará na fila de espera no sistema chamado SISREG (Sistema de Nacional de Regulação do SUS). Se o lugar de atendimento for longe de onde você mora, peça no posto de saúde o Tratamento Fora do Domicílio (TFD), que inclui o transporte, alimentação e se necessário, pernoite na cidade do atendimento.

Quando for convocado para o Serviço de Atenção à Saúde Auditiva, que é definido por região em cada estado, você vai fazer consultas com médico otorrinolaringologista e fonoaudiólogo, além de exames para poder verificar o melhor tratamento para o seu caso e receber os aparelhos auditivos se houver indicação. Ou ainda será encaminhado para implante coclear ou prótese auditiva ancorada no osso.

Aprovado meu aparelho, o que devo fazer? 

Fiscalize, fique em cima. Não espere sentado, porque se não seu aparelho pode nunca sair. Vá todos os meses na Secretaria da Saúde e no posto do SUS para perguntar sobre o seu processo, se não peça peça para algum amigo ou parente ligar e perguntar como está a sua previsão de ser chamado e se faltou algum documento.

Pode acontecer de perderem algum documento e o processo ficar parado durante anos. O acompanhamento do pedido tem que ser constante. Se você perceber que está demorando muito, procure a Defensoria Pública ou Ministério Público para investigar por que não está fluindo o atendimento na sua cidade.

Além disso se demorar muito, procure a Secretaria da Saúde e comissões sobre pessoas com deficiência para cobrar das autoridades locais maior transparência no processo da fila de espera.

Há alguns relatos colhidos na internet que alguns aparelhos chegaram em meses e outros em anos, depende muito do local onde foi solicitado.

Pode demorar, mas caso não tenha condições de comprar um é uma excelente chance de obter o seu aparelho gratuitamente.

Mas quem recebe os aparelhos pelo SUS?

Qualquer paciente do SUS  que apresente dificuldades de comunicação por causa da perda auditiva são potenciais candidatos ao uso de AASI, que podem ser categorizados em três classes:

Classe 1: Existe consenso na indicação para uso de AASI, que é resultado de evidências científicas.

Classe 2: Há controvérsias quanto à indicação do uso de AASI, mas o paciente é encaminhado para o uso das próteses se houver parecer favorável da equipe do Serviço de Saúde Auditiva.

Classe 3: Não há indicação, ou há contra-indicação do uso de AASI.

Como são escolhidos os aparelhos auditivos? 

A seleção dos aparelhos é com base nas necessidades individuais do paciente, considerando o grau e o tipo de perda auditiva, como também as características tecnológicas necessárias do AASI, e de preferência com adaptação bilateral (aparelhos nos dois ouvidos).

A recomendação é de que sejam oferecidas 3 marcas de aparelhos para testes pelo paciente, mas como a demanda é alta e o SUS compra por licitação, nem sempre existe a possibilidade de escolha entre marcas.

Em crianças, a preferência é para que sejam oferecidos aparelhos retroauriculares (aqueles que ficam atrás da orelha), pois é mais fácil adaptar conforme a criança vai crescendo. E o molde, aquela parte de silicone que fica dentro no canal auditivo, deve ser renovado a cada 3 meses em bebês de até um ano de idade; em crianças, a cada 6 meses; e em adultos a cada ano, exceto se necessário por perda, dano ou doenças crônicas nos ouvidos.

Mas os aparelhos são bons mesmo? 

Sim, são de qualidade! Os aparelhos do SUS são os mesmos que as marcas vendem em suas clínicas. Embora o último lançamento, o “top de linha” não chegue no mesmo instante no SUS, hoje há alguns pacientes recebendo aparelhos até com bluetooth, em que o usuário pode ouvir músicas e ligações nos aparelhos auditivos, como se os aparelhos auditivos fossem fones de ouvido.

E o mais importante, não é só aparelho ou marca que vai fazer você ouvir bem, é um fonoaudiólogo capacitado e com conhecimento de AASI que trabalhará junto com você nos ajustes, testes e exames, fazendo toda a diferença. É o seu retorno, avisando o que gosta e não gosta no aparelho que ajudará o fonoaudiólogo a lhe dar a melhor experiência sonora, e não será no primeiro ajuste que tudo ficará perfeito.

Posso dar entrada no pedido de aparelhos do SUS por médico particular? 

Não, somente médicos do SUS podem encaminhar os pacientes para estes centros especializados do SUS.

Segundo o artigo 82 do Código de Ética Médica, os médicos não podem usar formulários de instituições públicas para prescrever ou atestar fatos verificados na clínica privada. Então, para aparelhos do SUS, o caminho todo deve ser pelo SUS.

Existe troca ou manutenção pelo SUS? E se eu perder os aparelhos? 

Sim, existe troca, que é feita nas seguintes situações:

  1. Sua surdez aumentou, sendo progressiva, e os aparelhos já não conseguem supri-la, devendo os aparelhos serem substituídos por um modelo mais potente.
  2. Se ocorrer perda ou roubo dos AASI, com a devida comprovação.
  3. Quando os aparelhos auditivos estragam, sem possibilidade de conserto, e não estão mais na garantia.

Em qualquer uma das situações acima, entre em contato com o centro auditivo onde recebeu os aparelhos.

O SUS fornece pilhas?

Raramente, na maioria das vezes o paciente recebe algumas pilhas quando está recebendo os aparelhos auditivos, mas você pode tentar algum auxílio na prefeitura ou com instituições de apoio às pessoas com deficiência para estes custos. Também é válido comprar em pacotes para o ano todo na internet, assim pode conseguir um desconto.

Para estudantes, o que tem de diferente?

O sistema FM, fornecido pelo SUS para crianças de 5 a 17 anos, que estejam estudando no ensino fundamental ou médio. É um microfone que fica com o professor, e a voz é transmitida para os aparelhos auditivos ou implantes cocleares do aluno, que escuta com mais clareza.

Para isso, no processo de pedido de aparelhos, coloque o comprovante de matrícula e peça a avaliação para receber o sistema FM.

Outras opções:

Se realmente não tiver atendimento do SUS perto de você, e você não tem como ir longe mesmo com o Tratamento Fora de Domicílio, uma das opções é uma campanha de financiamento coletivo (vakinha).

Todavia, existem também linhas de crédito específicas para financiar aparelhos auditivos e outras tecnologias para pessoas com deficiência, na Caixa Econômica Federal (juros de 1,96% ao mês), no Banco do Brasil (juros a partir de 0,41% ao mês), no Santander (juros caso a caso) e no Bradesco (2,56% ao mês).

E depois, tem acompanhamento?

Sim, para adultos, uma vez ao ano tem avaliação otorrinolaringológica, avaliação audiológica, exame de audiometria, testes de percepção de fala e avaliação do benefício e satisfação. Para crianças, são de duas a quatro consultas por ano, e são feitos exames mais específicos, inclusive avaliação do desenvolvimento da linguagem.

Pode ser que seu processo demore meses ou até anos, mas saber que existe essa opção é muito interessante para as pessoas com deficiência auditiva.

Deixe-nos saber o que achou, porque sua opinião é muito importante para nós.

Fonte: Ministério da Saúde, Conselho Federal de Fonoaudiologia, Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do SUS: Instrutivos de Reabilitação Auditiva, Física, Intelectual e visual.

Fonte 2: https://cronicasdasurdez.com

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