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Mulheres que adotaram crianças com deficiências, transtornos e HIV e seu amor por elas

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Muitas pessoas sonham se tornarem pais e mães. Alguns não conseguem ou optam pela a adoção. Mas conforme dados relativos a adoção, a predileção dos adotantes é por meninas, brancas de zero a três anos.

Essa mesma estatística aponta também que apenas 10 em cada 100 pessoas que pretendem adotar crianças ou jovens com algum tipo de limitação quer seja física ou cognitiva.

Mas ainda existem pessoas que não ligam para isso, desejam ter um filho e qualquer deficiência não impede a adoção.

Como Ingrid Mendonça que adotou Helena, de dois anos. A pequena tem microcefalia e paralisia cerebral, como também só tem 7% do cérebro. A menina foi deixada pela genitora que alegou não ter condições de criá-la, em uma maternidade de São Paulo.

A família de Ingrid é do Paraná e se deslocou até São Paulo para conhecer Helena. Ao ver a menina, Ingrid conta que segurou  a mão dela e disse:”desculpa a demora, a mamãe chegou”, foi amor a primiera vista.

A história de Helena pode ser lida na íntegra aqui

Helena faz parte de uma minoria entre as crianças e adolescentes com deficiências na fila de adoção.

Segundo o CNA – Cadastro Nacional da Adoção, apenas 10% dos casais interessados em adotar aceitam crianças com deficiências. Os números ainda são bem mais baixos,  em relação a crianças com HIV, apenas 5% dos casais aceitariam adotá-las.  Já pos números em relação aos adolescentes não nem contabilizados visto que as chances de adoção ainda são mais remotas ainda.

O preconceito é o pior inimigo daquelas crianças e jovens com necessidades especiais que estão na fila da adoção. Principalmente porque não é todo mundo que está preparado para dar cuidados especiais em relação a saúde do filho.

Para os pais que optaram pela adoção de crianças que necessitam cuidados especiais a pior coisa é ficar ouvindo das pessoas comentários preconceituosos tais como: ‘Você adotou mesmo sabendo que ela era assim?’, ‘Adotou porque ela é aposentada?’, ‘Ela vai andar e falar, né?’, e aí por diante”.Nesse caso, segundo alguns pais a melhor solução é sorrir e fingir que não ouviu, porque a maioria das pessoas que fazem esss tipo de pergunta não é capaz de um ato nobre desses e duvidam da capacidade de quem se propõe a fazer.

E o que acontece com aquelas crianças e jovens que não são adotadas? Elas viverão por toda a vida em abrigos e quando se tornarem maiores de idade serão encaminhada para instituições de caridade, e sua guarda será do Estado.

Mas não foi o que aconteceu com as crianças abaixo, que além de Helena, tiveram a sorte de encontrar suas mães de coração.

Rafaela

Rafaela, de 7 anos foi adotada por Rose Lima. A menina  tem sequela de rubéola, deficiência intelectual, TDAH e autismo. Ela ainda é hiperativa em grau extremo e algumas pessoas não entendem o comportamento dela.

Quando adotou Rafaela Rose não se achava capaz  de adotar uma criança com deficiência. No entanto, conta que a adoção deu um novo significado para o destino da garota: “A Rafaela começou a viver quando nasceu para nós.”

Um dos momentos mais emocionantes da vida da mãe foi quando sua filha Bianca deu banho em Rafaela e a Rafaela encostou a cabecinha no ombro da irmã e chorou. A mãe acha que foi o primeiro carinho e cuidado que ela recebeu na vida.

Segundo Rose todos acham lindo os filhos especiais dos famosos, mas na realidade ninguém facilita nada para ela. Rose quer o direito de matricular Rafaela na escola sem ter que brigar e o de ter as atitudes dela respeitadas, sem precisar explicar.

Vinícius**

Vínícius (**nome fictício), de sete anos foi adotado em 2016 por Karla Oliveira. Em um abrigo em São Paulo, ela ouviu o seu primeiro “mãe” em cinco minutos de conversa com o menino. O menino tem HIV e teve a guarda retirada de seus genitores com poucos meses de vida, quando sofreu tuberculose e foi vítima de maus tratos.

O preconceito faz com que as pessoas tenham medo da situação. O menino não possuiu qualquer deficiência, é  sadio, mas afasta qualquer casal por conta do vírus. Até conhecer Karla, o menino ficou quatro anos esperando pela adoção. O garoto faz exames regularmente, toma o coquetel de 12 em 12 horas. Entretanto, ainda existem pessoas cujo medo persiste em relação a essa condição.

Por conra da desiformação Karla já ouviu vários absurdos tais como pessoas dizendo que ela deveria entender caso outros pais não deixassem suas crianças brincarem com Vinícius , porque eles estão preocupados com a vida dos filhos. Porém, o vírus em Vinícius é indetectável havendo possibilidade mínima de contaminação.

Para ela o HIV não faz amá-lo menos. A faz o amar a cada dia mais como toda mãe ama um filho

Elisa

Elisa  de 9 anos nascida em Porto Velho – RO com paralisia cerebral foi adotada por Débora e Renato Albuquerque, após eles se apaixonarem pelas fotos da garota.

Há quatro anos atrás a menina tinha sido vítima de uma enchente, quando ainda tinha poucos meses de vida.  Ela caiu no curso d’água, teve lesões na cabeça e perda de oxigênio devido ao afogamento. Os danos a deixaram com paralisia cerebral e as sequelas foram determinante para os próximos capítulos da sua história.

Após o acidente a menina foi encaminhada para um abrigo da cidade. Elisa ficou no abrigo até o casal adotá-la. Com a vinda da menina a mãe relata que ela aprendeu que o ser humano se adapta a tudo na vida.  Que no ínicio alimentar uma criança por meio de sonda foi assustador, mas com o tempo ela se acostumou. Ela também é mãe de Pedro, de 4 anos.

A mãe conta que o momento que teve certeza que Elisa a aceitou como mãe, foi quando a menina fez um carinho nela e sorriu.

Para Débora uma das piores coisas são também os comentários maldosos das pessoas  “Já fomos chamados de loucos, disseram que iríamos acabar com a nossa vida e nos criticaram: ‘Depois ela vai crescer e o que vocês vão fazer?”

Nicole

Nicole foi adotada por Michelle Lopes e sua companheira Valdirene Lima. A menina nasceu com problemas neurológicos, prematura, sofreu parada cardiorrespiratória e ficou cega ainda muito pequena.

As mães nunca imagiram adotar uma criança especial, mas foi amor a primeita vista.

Tempos depois, as duas adotaram Raíssa, que tem paralisia cerebral. As mães sabiam ao entrar na fila de adoção que estariam abertas a qualquer tipo de criança, com deficiência, HIV ou vítima de violência. Elas não se importavam, estavam com o coração aberto.

Michelle e Valdirene estão novamente na fila de adoção para terem o terceiro filho e aconselham: “Toda mãe, biológica ou não, tem que ser capaz de adotar o filho, de aceitá-lo do jeito que ele é”.

Arthur Vinícius e Luís Otávio

Arthur Vinícius, de dez anos, e Luis Otávio, de nove anos foram adotados por Marcília Arantes e seu marido Marcus Silva. Para Marcília seu maior medo acima de qualquer surpresa era não ser mãe.

Apesar de sadios, Marcília conta que Arthur e Luis nasceram de uma usuária de drogas, o que poderia causar sequelas no futuro. O tempo passou e o mais novo foi diagnosticado com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade(TDAH) quando começou a ter dificuldade na escola, o que suscitou comentários inconvenientes por parte dos adultos.

Entretanto, essa característica é só um detalhe perto da relação que Marcília tem com os dois: “Sou realizada e feliz. Nossos filhos são o arco-íris que brilha dentro de casa; o céu de estrelas que nos ilumina a todo instante.”

Maria Vitória

Maria Vitória de 4 anos foi adotada por Janaína Machado, de 32 anos. A menina nasceu com paralisia cerebral e síndrome alcoólica fetal, fruto de um nascimento prematuro que a deixou internada por oito meses na maternidade. Segundo Janaína o sorriso de Maria Vitória supera todas as suas limitações.

Janaína têm dois filhos biológicos já adolescentes. Sua decisão de adotar surgiu após perder seu filho biológico com três dias de vida. Para ela, não era necessário gerar no ventre para se tornar mãe. A escolha de uma criança para a adoção segundo Janaína não era como se ela escolhesse uma marca de mercado. Ela queria apenas uma criança para amar.

Para Janaína não há diferença na maneira em que cria Maria Vitória de como criou seus outros filhos. Cada criança dá trabalho do seu jeito. Em vez de eu levar a Maria para uma aula de natação, ela levo para a fisioterapia. Em vez de acompanhá-la no balé ou futebol, ela leva para a fonoaudióloga. Tudo que ela faz para a menina faz parte da rotina. Para ela é uma alegria e o que espera do próximo é que as pessoas não tenham dó, mas sim empatia.

Em uma noite, quando a pequena não tinha nem um mês, Janaína recorda que deitou ao lado dela e de seu outro filho na cama, chorou e agradeceu. “Nossa vida é muito feliz, porque dizemos sim ao amor”, conclui.

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